Arquivo do mês: novembro 2011

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Estudantes da USP São Carlos em passeata até o Centro

Eles são contra a presença da PM nos campi e criticam a gestão do reitor
17/11/2011 – 18:50

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) São Carlos fizeram uma passeata, na tarde desta quinta-feira (17), contra a presença da Polícia Militar nos campi e criticando a gestão do reitor João Grandino Rodas.

Com faixas e cartazes de protesto, cerca de 200 alunos partiram pelas principais ruas do Centro. Além do caso da PM, os estudantes questionaram que a reitoria não consulta os alunos ao tomar decisões em assuntos relevantes, como o fechamento de cursos. Eles também pedem eleições diretas para reitor.

Apesar do transtorno no trânsito, nenhuma ocorrência foi registrada.

No dia 10 de novembro, uma assembleia realizada com cerca de 1,3 mil alunos decidiu por uma paralisação nesta quinta (17) e na sexta (18).

Em nota, o Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira informou que nesses dois dias as Secretarias Acadêmicas dos cursos vão realizar assembleias para discutir as questões da greve.

Segundo a assessoria de imprensa da USP, a universidade não vai se manifestar sobre o protesto e as reivindicações dos alunos.

O caso

Em greve desde o dia 8 de novembro, os estudantes da USP de São Paulo pedem a saída da PM do campus e a retirada de processos contra estudantes e servidores. No mesmo dia, a Tropa de Choque da Polícia Militar cumpriu determinação judicial que pedia a reintegração de posse da reitoria, ocupada por estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no dia 2 de novembro.

Na ação, cerca de 70 alunos e funcionários foram presos em flagrante pela PM. Eles foram indiciados por danos ao patrimônio público e desobediência à ordem de Justiça – que havia determinado a saída do prédio da reitoria.

Na noite da terça, cerca de 2 mil alunos da USP indignados com a prisão dos colegas se reuniram em assembleia geral na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e decidiram pela paralisação.

Fonte: http://www.eptv.globo.com

Conheça a face de João Grandino Rodas


João Grandino Rodas, magnífico reitor da USP e considerada persona non grata pela Faculdade de Direito São Francisco.

Carta de esclarecimentos do CAASO referente à Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 10/11/2011 pelos estudantes da USP de São Carlos.

São Carlos, 11 de novembro de 2011.
Carta de esclarecimentos do CAASO referente à Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 10/11/2011 pelos estudantes da USP de São Carlos.
No dia 10 de novembro de 2011 realizou-se uma assembléia geral convocada pelo CAASO (Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira), entidade representativa dos estudantes da USP de São Carlos. Pela lista de presença havia 1012 alunos da USP São Carlos, mas estima-se que a assembléia contou na realidade com a presença de 1200 a 1300 pessoas, todas com direito de voz. A assembléia discutiu duas pautas: a questão da Polícia Militar no campus e a Greve geral decidida no campus de São Paulo.
Na discussão foi apontado que a USP, principalmente o campus da capital, sofre com problemas reais de segurança. O CAASO, por votação na assembléia, é contra a presença da PM no campus, mas quer segurança. A polícia foi chamada ao campus com o pretexto de trazer segurança após o infortúnio da morte do estudante da FEA em São Paulo, Felipe Ramos de Paiva, que gerou grande comoção em todos nós. Contudo a polícia não cumpre o papel de oferecer segurança nem mesmo na sociedade, agindo de forma truculenta, opressora e diferenciada para com as classes sociais mais baixas.
A reitoria firmou um acordo com a PM sem consultar a comunidade universitária em uma nítida expressão antidemocrática e autoritária. A polícia vem ao campus para ser uma milícia armada da reitoria para desarticular o movimento estudantil e colocar em xeque a autonomia universitária, o que ficou claro pela desproporcionalidade e violência na desocupação da reitoria, quando 400 homens, helicópteros e cavalaria foram movimentados para retirar um grupo de 72 pessoas, das quais 24 eram meninas. Inclusive passou em assembléia uma carta redigida pelo CAASO que esmiúça melhor a questão da PM no campus.
A Universidade deve ser um lugar da produção de conhecimento, pesquisa e extensão, baseada nos preceitos de liberdade de expressão e manifestação, direitos de todo cidadão. Garante-se, assim, que o modelo vigente seja questionado e medidas que busquem uma sociedade mais justa sejam propostas. Se ela não cumprir esse papel não faz sentido sua existência. Isto não significa que deva ser um território sem lei, mas que a liberdade de expressão e questionamento seja preservada.
Há outras formas de oferecer segurança à comunidade universitária, como, por exemplo, melhor iluminação, aumento e treinamento da guarda universitária e contratação de efetivo feminino para lidar com crimes cometidos contra a mulher. Além disso, acredita-se que a Universidade deve repensar seu papel com a sociedade, uma vez que
seu espaço, apesar de público, está restrito à comunidade universitária e o cidadão perde o direito de usá-lo. Sabe-se, por estudos realizados, que a maior circulação de pessoas evita pontos desertos e, portanto, inibe a ocorrência de crimes.
A gestão do “Magnífico” Reitor João Grandino Rodas vem sendo questionada há algum tempo, inclusive o CAASO já trouxe este debate para o campus antes mesmo da questão da PM na universidade explodir. Questionamos o projeto elitista, privatista e mais antidemocrático que vem sendo implementado na universidade durante essa gestão. A eleição para reitor é restrita, na qual alunos, funcionários e professores não têm paridade de votos. De uma lista tríplice resultante da votação, Rodas foi indicado pelo então governador José Serra, apesar de ser o segundo colocado na votação.
Algumas das medidas de Rodas foram:
● Tentativa de fechamento de cursos na EACH;
● Elaboração de um orçamento fechado que não contaram com a consulta da comunidade universitária;
● Construção de obras de interesse duvidoso que custarão 240 milhões de reais aos cofres públicos;
● Aluguel de imóveis em áreas nobres da cidade de São Paulo;
● Demissão de 271 funcionários sem aviso prévio e justa causa.
Somam-se a esses problemas de improbidade administrativa, como nomeação de cargos de confiança sem concurso público, e a declaração de persona non grata na Faculdade de Direito, da qual já foi diretor. O reitor vem sendo investigado pelo Ministério Público por algumas destas medidas.
Assim, deliberaram-se em assembléia o “Fora Rodas!” e a defesa por eleições diretas para o cargo de reitor.
Em relação à greve tiramos um indicativo de greve, ou seja, um período para que as Secretarias Acadêmicas dos cursos realizem assembléias com os estudantes para discutir as questões que permeiam a greve. Deliberou-se por uma paralisação de dois dias (17 e 18/11) com uma programação que contemple aula pública, ato, assembléias de curso e nova assembléia extraordinária do CAASO para rediscutir a greve em São Carlos.
CAASO

Panfleto

Panfleto da Mobilização

PARALISAR PARA MOBILIZAR!
NESTAS QUINTA E SEXTA, 17 e 18

É tempo de mobilização…

A Assembleia Geral dos estudantes do campus realizada na última quinta-feira, dia 10, com a participação de mais de mil estudantes, debateu sobre o atual momento político da USP. A partir das discussões, percebemos a necessidade de nos mobilizarmos, e decidiu-se pelas seguintes reivindicações:
– Saída do atual reitor, João Grandino Rodas, pela falta de transparência, denúncias de corrupção e autoritarismo de sua gestão, e pelo modelo de universidade que a mesma vem implementando;
– Revogação das medidas que permitem a presença ostensiva e permanente da Polícia Militar nos campi da USP;
– Pelo fim da perseguição política a estudantes e servidores realizada pela reitoria;
– Contra o cerceamento à liberdade e autonomia das entidades estudantis;
– Por um real projeto de segurança para os campi da USP (melhor iluminação, maior acessibilidade aos campi, efetivo concursado e mais preparado da guarda universitária, etc), e que este seja construído de maneira democrática;
– Por democracia na universidade, com eleições diretas pra reitor e participação mais igualitária de toda a comunidade acadêmica nos órgãos decisórios da USP.

A Assembleia também decidiu por dois dias de paralisação das atividades acadêmicas, quinta e sexta (dias 17 e 18/11).

E por que paralisar?

Uma paralisação serve para que todos os estudantes possam aprofundar o debate coletivo em torno daquilo que estamos lutando, e para que possamos construir atividades de divulgação desse movimento, como atos públicos, panfletagens, etc. A paralisação não é pra ficarmos em casa, e sim para nos mobilizarmos.
Por isso, é muito importante que todos os estudantes do campus estejam presentes nas atividades, fortalecendo a unidade e a organização coletiva que nos traz mais força.

Calendário de Atividades:

QUINTA-FEIRA, DIA 17:
8h30: Concentração no CAASO, com microfone aberto para informes e esclarecimentos sobre as mobilizações.
9h30: Grupos de discussão. Temas: gestão Rodas, projeto de universidade e democracia na USP.
13h: Nova concentração para elaboração de cartazes e outros materiais de divulgação do movimento.
15h30:Início do Ato Público. Proposta de passagem nas diretorias das unidades para entrega da pauta de reivindicações e ida para a cidade, com panfletagem e diálogo com a população.
Noite: Horário para possíveis discussões e assembleias de cursos/SAs.

SEXTA-FEIRA, DIA 18:
8h30: Concentração no CAASO, com elaboração de materiais, silkagem de camisetas e microfone aberto para informes e esclarecimentos sobre as mobilizações.
9h30:Grupos de discussão. Temas: PM e criminalização do movimento; acessibilidade, uso e segurança nos campi.
14h: Assembleia Geral do CAASO. Pautas: avaliação da mobilização; continuidade do movimento; indicativo de greve.

ATENÇÃO: Sobre a questão das provas e faltas durante a paralisação:
A Comissão de Mobilização tirada na Assembleia e o CAASO estão fazendo uma carta que será levada aos professores e aos departamentos, solicitando o adiamento de provas e não contagem de faltas nos dias da paralisação.
Também é muito importante que as turmas estejam unidas e organizadas pra conversar diretamente com os professores que tenham provas marcadas, levando a eles a carta dos estudantes e explicando movimento.
Caso necessário, procure sua SA e o CAASO, que em conjunto com a comissão ajudaremos as turmas na conversa com os professores ou departamentos.

Textos, materiais e informações sobre o movimento: mobilizacaocaaso.wordpress.com

PM na USP?

Fora Rodas!

Depoimento de estudante presa na ação da PM

Discurso de Charles Chaplin sobre Democracia

Considerado o melhor discurso da história da humanidade